Sim, sinto informar que já foram jogados mais da metade da temporada regular da NFL em 2014. Com mais oito rodadas sobrando e um caminhão de equipes ainda na briga pelos playoffs, vou me arriscar a ranqueá-las da melhor a pior até o momento na competição. Deixo claro que não existe uma fórmula para esse ranking e muito do que será dito aqui é a minha visão dos acontecimentos e até dezembro muita coisa deve mudar. Sinta-se livre para discordar, mas sempre na boa.
Brady versus Manning, o duelo que decidiu o topo. Foto: Associated Press
1 – New England Patriots (7-2): Em setembro os patriotas foram massacrados no horário nobre pelo Chiefs e a corneta soou como nunca antes havia soado na era Bill Belichick. De repente Tom Brady estava velho, o time não tinha talento nenhum e a temporada estava perdida. Cinco semanas mudam muita coisa. Agora com cinco vitórias seguidas (maior sequência atual) Brady está jogando como MVP, Gronkowski é um pesadelo para defesas e tudo parece encaminhado para mais um título de divisão.
2 – Arizona Cardinals (7-1): Com um jogo a menos que NE, os Cards tem a melhor campanha da liga até o momento, e o melhor começo da equipe desde 1976. Bruce Arians é o grande favorito para ganhar técnico do ano e principal responsável pela campanha da equipe, que mesmo perdendo até 7 titulares da defesa em certo ponto da temporada não deixou o nível cair e tem uma ótima vantagem de dois jogos dentro da NFC Oeste. Com a terceira melhor defesa cedendo pontos e um ataque liderado pelo acima da média Carson Palmer que não tem medo de arriscar, Arizona pode ganhar de qualquer time.
3 – Denver Broncos (6-2): Sim, o Broncos foi massacrado em Foxborough pelo Patriots, mas não dá para descontar as outras 7 partidas baseado em uma só. A defesa de Denver foi dilacerada por Brady, mas tem talento o suficiente para dar a voltar por cima. O mesmo vale para o ataque que sofreu um pouco sem o jogo terrestre funcionando, mas ainda tem Peyton Manning, e ele sempre dá um jeito.
4 – Indianapolis Colts (6-3): Andrew Luck não é humano e se continuar nesse ritmo vai quebrar o recorde de jardas aéreas em uma temporada. A defesa se reabilitou muito bem depois do desmanche sofrido em Pittsburgh. Indy mostrou força para dominar um adversário desesperado fora de casa, e enquanto a equipe se mantar saudável vai continuar brigando nas cabeças.
5- Philadelphia Eagles (6-2): QUE COMECE A ERA SANCHEZ. Sinceramente não acho que a lesão de Foles deva afetar tanto a equipe, o QB não vinha jogando muito bem e a lenda viva Mark Sanchez deverá se encaixar bem no sistema de Chip Kelly. O ataque de Kelly é relativamente simples para o quarterback, não exige dele ter que ler muito a defesa adversária antes da jogada, o que é ótimo para Sanchez. O maior problema do Eagles até agora tem sido as lesões, mas mesmo assim eles arrumam um jeito de ganhar toda semana.
6 – Detroit Lions (6-2): Depois da vitória tosca em Londres, a semana de folga serviu para a volta de várias armas ofensivas lesionadas, em especial a do menino Calvin “Megatron” Johnson. Matt Stafford nunca esteve tão feliz. A volta de Johnson, Reggie Bush e outros, junto com o ótimo Golden Tate – que mostrou que pode jogar em alto nível – pode ser o que faltava para o ataque dos leões finalmente engatar e acompanhar o ritmo da melhor defesa da liga.
7 – Pittsburgh Steelers (6-3): Ben Roethlisberger teve a melhor sequência de duas partidas da história da NFL. Isso não é um exagero. 12 touchdowns em dois jogos é ridículo, Big Ben tem um grupo de recebedores jovens fantásticos, uma linha ofensiva que mesmo não sendo top 10 é a melhor da carreira e está correspondendo com a melhor temporada da vida. O ataque do Steelers é muito assustador. A defesa, não muito, mas Dick LeBeau finalmente descobriu a melhor forma de usar sua unidade, e com pressão constante nos adversários está conseguindo tirar leite de pedra.
8 – Green Bay Packers (5-3): Perder para o Saints fora de casa não é motivo para pânico. De bônus GB ainda teve uma semana de folga para se recuperar da lesão, em especial do incômodo da coxa sentido por Aaron Rodgers. No entanto, a melhor notícia de todas é que os cabeças de queijo fazem 4 das próximas 5 partidas dentro da tundra congelada conhecida como Lambeau Field. Sequência excelente – mesmo que com adversários cascudos – para um time no meio da briga pelos playoffs.
Só alegria em Miami. Foto: FoxSports.com
9 – Miami Dolphins (5-3): Ryan Tannehill está crescendo diante dos nossos olhos. Depois que Joe Philbin ameaçou deixar o QB depois de um começo ruim, o terceiro-anista está jogando em seu mais alto nível, são 10 touchdowns contra 4 interceptações nas últimas cinco partidas. Assim o Dolphins silenciosamente vai carregando o 9º melhor ataque e a 3ª melhor defesa da temporada, o que pode começar a explicar o massacre de 37×0 em cima do Chargers no último domingo. Uma pena que talvez seja tarde demais para alcançar New England.
10 – Kansas City Chiefs (5-3): Para o Chiefs, por outro lado, mais uma derrota do Chargers somada a derrota do Broncos e a própria sequência de três vitórias seguidas alavancaram a equipe de Andy Reid na temporada. Liderada por Justin Houston a defesa de KC está entre as melhores da liga, e com o ataque consistente liderado por Alex Smith a equipe do Missouri vem impressionando nas últimas rodadas. Resta ver como se saem contra os adversários de divisão.
11 -Dallas Cowboys (6-3): URGENTE: Tony Romo faz falta, em tópico relacionado, Brandon Weeden não é um bom quarterback. Duas derrotas fazem a equipe do Cowboys parecer pior do que é, mas a lesão de Tony realmente bota a equipe em uma situação muito complicada dentro da disputa ferrenha com o Eagles pelo topo da NFC Leste. Provavelmente Jason Garrett vai querer Romo em campo contra o Jaguars, em Londres, pessoalmente eu acho que o melhor seria descansar o QB e tentar ganhar com Weeden – o que é provável, por que o Jags não é bom – e após a semana de folga voltar a disputa com um Romo 100%.
12 – Seattle Seahawks (5-3): Seattle vence, mas não convence. Vitórias apertadas contra os fracos Panthers e Raiders botam em cheque a força dos atuais campeões. Agora duas partidas atrás do Cardinals dentro de sua divisão, e com uma tabela complicadíssima por vir (KC; Philly; Cards duas vezes, 9ers duas vezes) Pete Carroll vai ter que tirar o melhor dos seus atletas para tentar o bicampeonato.
13 – Cincinnati Bengals (5-2-1): Cincinnati sabe ganhar de Baltimore, essa é a única certeza que fica da temporada atual do Bengals. Se souberem ganhar do Steelers – com quem ainda fazem dois jogos – provavelmente levam a divisão, que por sinal, lideram. Não existe um líder de divisão mais contestado, ou inconsistente, do que o Bengals. A defesa tem que voltar para o nível de 2013 e Andy Dalton tem que limitar seus erros se Cincy quiser se manter no topo.
14 – Baltimore Ravens (5-4): Duas derrotas para rivais de divisão depois e o Ravens saiu de equipe mais cotada para destronar Cincinnati para a última posição da AFC Norte. Claro que é a divisão mais disputada da NFL no momento, mas essa sequência deixou os corvos em um buraco incrível. A boa notícia é que após enfrentar o Titans em casa, Baltimore tem sua semana de folga para tentar recuperar seus lesionados e tentar achar uma vaguinha na pós temporada.
15 – New Orleans Saints (4-4): Duas vitórias em cinco dias e o Saints já lidera a péssima NFC Sul. NO faz cinco de seus últimos oito confrontos dentro de casa, ainda não perderam na temporada, começando por uma sequência de três jogos como mandante contra os fortes 49ers, Bengals e Ravens. A defesa parece ter finalmente entrado nos trilhos e o ataque terrestre acordou. Dentro de uma divisão fraca, talvez o Saints precise apenas de mais quatro triunfos para chegar em janeiro.
16 – Buffalo Bills (5-3): Kyle Orton, o homem, a lenda, é possivelmente a melhor escolha que o Bills fez na temporada. Orton não é um QB de alto nível, longe disso, mas perto do que EJ Manuel estava jogando ele é bom o suficiente para mandar a bola nas mãos dos recebedores talentosos e deixar que eles façam o trabalho. Com o ataque eficiente e a defesa excepcional, Buffalo sai de sua folga para encarar sua fase decisiva da competição. Alcançar o Patriots é quase impossível, mas duelos contra Chiefs e Dolphins – ambos na briga por uma vaga como wildcard – vem em sequência e irão definir a temporada da equipe.
Hoyer tem que ser mais consistente para o Browns. Foto: Associated Press
17 – Cleveland Browns (5-3): Depois de espalhar a farofa contra o Jaguars, Cleveland fez o básico para vencer Raiders e Buccaneers, e não convenceu. Os comandados de Mike Pettine ainda estão bem posicionados para arrancar uma vaga nos playoffs pela primeira vez desde 2002, mas tem que melhorar dos dois lados da bola para sonharem mais alto. Alex Mack está fazendo muita falta.
18 – San Diego Chargers (5-4): Que implosão CLÁSSICA do Chargers da era Norv Turner. Ok, estamos na era Mike McCoy em San Diego, mas as lembranças ainda são muitas. Três derrotas seguidas e parece que as lesões finalmente alcançaram a equipe e desnortearam a temporada. Sem qualquer coisa que pareça um jogo terrestre e uma linha ofensiva muito porosa a temporada de MVP de Philip Rivers rapidamente está indo por água abaixo. O lado bom é que depois desmoronamento sofrido contra Miami vem a semana de folga para tentar botar a casa em ordem e recuperar alguns dos lesionados. Com quatros dos próximos cinco em casa, incluindo Oakland e St. Louis, não está tudo perdido para o Chargers, mas ficou muito mais difícil.
19 – San Francisco 49ers (4-4): 1ª para o gol, linha de 2 jardas, 42 segundos sobrando e 13×10 no placar para o oponente. Seu time tem Frank Gore, e não corre com ele nenhuma vez. Kaepernick, que foi sackado oito vezes e parece não evoluir, sofre um fumble inexplicável na linha do gol e o niners perde mais uma. Com dois jogos contra Seattle, numa NFC aonde talvez 10-6 não seja o suficiente para o wildcard a temporada de SF talvez já tenha acabado. Problemas no vestiário envolvendo o treinador Jim Harbaugh não ajudam a situação, nem o ataque extremamente inoperante que vem incapacitando uma defesa bem acima da média. Após três finais de conferência seguidas, uma tempestade está chegando bem rápido na Califórnia.
20 – Houston Texans (4-5): J.J. Watt, indiscutível o melhor jogador defensivo da temporada, merece um time melhor. Arian Foster, um dos melhores running backs da liga, merece um time melhor. O Texans arruma maneiras de ficar vivo em partidas, como a do Eagles, mesmo sofrendo com lesões na secundária e do próprio Foster, mas o ataque não corresponde. Ah se o Texans tivesse um quarterback melhor… Fitzpatrick é um ótimo reserva, e ponto, não dá pra continuar a desperdiçar todo o talento do restante da equipe.
21 – Carolina Panthers (3-5-1): Até quarta-feira passada esse time era líder de divisão. Isso sim é inexplicável. Cam Newton conseguiu jogar bem por algumas semanas com pouquíssima ajuda de seus recebedores, jogo corrido e linha ofensiva, mas parece que não dá mais para Cam carregar o ataque. A defesa tem problemas sérios na secundária e Luke Kuechly está muito inconsistente. Na teoria o Panthers ainda pode brigar pela divisão, mas na realidade começar a olhar para 2015 parece uma ideia mais sensata.
22 – New York Giants (3-5): Eis um resumo das últimas cinco temporadas do New York Football Giants: 09′ – 8-8 sem playoffs; ’10 – 10-6 sem playoffs; ’11 – 9-7 – CAMPEÃO; ’12 – 9-7 – sem playoffs; ’13 – 7-9 sem playoffs. O Giants de Tom Coughlin é assim, bem “ou vai ou racha” e em 2014 parece que, novamente, rachou. Arrancar um 9-7 é possível? Sim, o talento está presente na equipe, mas a execução não. São muitos erros mentais, Eli está jogando como um Jay Cutler com grife e isso não vai ser o suficiente.
23 – Chicago Bears (3-5): É com muita tristeza que eu oficialmente desisto de Jay Cutler. Eu assisti a era Cutler em Denver, fiquei impressionado com o talento do QB, chocado quando ele foi mandado para Chicago, e até sou um dos poucos que simpatiza com ele fora de campo, mas não dá mais. Não me entendam mal, a defesa do Bears é um DESASTRE, mas a produção ofensiva está muito aquém do esperado para quem tem Alshon Jeffery, Brandon Marshall, Martellus Bennett e Matt Forté. E isso, acima de tudo, é culpa da inconsistência impressionante de Cutler.
24 – Minnesota Vikings (4-5): Eu não faço a menor ideia de como esse time está 4-5 na temporada (a tabela ajudou). A linha ofensiva é fraca, a defesa é mediana no auge e é uma equipe que ainda não está pronta para competir em alto nível. No entanto, Teddy Bridgewater, Matt Asiata, Anthony Barr e Xavier Rhodes parecem um bom grupo para o futuro dos Vikings, com todos mostrando flashes de talento.
Asiata mostrando o caminho para o Vikings. Foto: DailyNorseman.com
25 – St. Louis Rams (3-5): Sabe aquele time que sempre mostra potencial mas nunca vai para canto nenhum? Este é o St. Louis Rams. A defesa foi brilhante contra o 49ers, o time de especialistas demoliu o Seahawks e o ataque foi competente em momentos com Austin Davis no comando. Mas o conjunto da obra nunca parece encaixar uma boa sequência. Jeff Fisher deve estar de saída após a temporada, e a tabela é complicada, mas o Rams é aquele time que vai engrossar alguns jogos e talvez até seja decisivo para tirar alguém da pós-temporada.
26 – Washington (3-6): RG3 voltou, jogou relativamente bem, e não se lesionou. Pelo menos isso tá indo bem em Washington. Contra o Vikings, a defesa que foi muito bem no primeiro tempo (e no jogo contra Dallas) sumiu na segunda etapa, enquanto o ataque teve seus momentos, DeSean Jackson com certeza curtiu a volta de Griffin, assim como Alfred Morris. Washington vai para a semana de folga sem muito pelo o que lutar na temporada.
27 – Atlanta Falcons (2-6): Eu entendo, Mike Smith ajudou a reconstruir o Falcons após a era Vick, mas em nome de tudo o que é mais sagrado que trabalho péssimo ele (e até certo ponto Thomas Dimitroff) vem fazendo desde o ano passado. Não faz muito tempo que o Falcons estava na final da NFC, agora o time está deixando uma vantagem de 21×0 escapar muito por causa das decisões péssimas de Smith que parece ser muito conservador ou muito ousado sempre nos piores momentos. A temporada do Falcons acabou, e eu não sei por quanto tempo Smith dura no cargo. É conseguir a maior quantidade de reforços para as linhas ofensiva e defensiva possíveis para 2015, só assim esse time terá alguma chance.
28 – Tennessee Titans (2-6): Ravens, Steelers, Eagles e Texans. Essa é a sequência que o Titans vai pegar nas próximas rodadas. Sem muito pelo o que lutar resta apenas testar o elenco para ver quem fica para 2015. Zach Mettenberger tem o talento para ser um bom QB, é pra ficar de olho em como ele se sai nas próximas partidas.
29 – Jacksonville Jaguars (1-8): Acho o Jaguars mais time que o Titans, mas como TEN venceu o confronto direto fica na frente no ranking. Blake Bortles mostrou muito potencial, mas ainda comete MUITAS decisões erradas. Denard Robinson está se mostrando um running back muito bom, e os Jags tem um bom grupo de recebedores. A defesa, por incrível que pareça, é muito boa pressionando quarterbacks. Existe esperança em Jacksonville (se bem que no futuro pode ser Los Angeles).
30 – Oakland Raiders (0-8): Sim, Oakland na frente de Bucs e Jets. Depois que Tony Sparano assumiu os piratas deram trabalho para Chargers, Cardinals, Browns e Seahawks. Eles não estão vencendo mas estão jogando duro. Khalil Mack e Derek Carr são promissores e boas peças para construiu o futuro da equipe.
31 – Tampa Bay Buccaneers (1-8): Tampa parece uma equipe decente em alguns jogos, mas são muitos erros mentais e derrotas absurdas (Falcons e Ravens). Apenas Jaguars e Jets tem um saldo de pontos melhor que o Bucs, que assim como várias equipes do fundo da tabela possuem peças interessantes para o futuro.
32 – New York Jets (1-8): Eu tenho pena de Rex Ryan. Ele é um bom técnico, excelente coordenador defensivo, mas não é um cara tipo Bill Belichick que consegue fazer tudo sozinho. O Jets draftou mal e desenvolveu mal alguns atletas e está pagando o preço. A defesa, com lesões, está uma bagunça, e mesmo assim é a sexta cedendo jardas. O ataque é um caos maior ainda, com uma linha ofensiva que talvez seja a pior da NFL. Ryan está de saída, e tem sua parcela de culpa, mas não dá mais para ele tirar leite de pedra.
Era Rex Ryan chegando a um final melancólico em NY. Foto: ESPN.com