Controvérsia em San Francisco: Kaepernick versus Smith

Quando o então quarterback reserva do San Francisco 49ers, Colin Kaepernick teve que começar o jogo da última segunda, já que o titular, Alex Smith não havia sido liberado de uma concussão, não se esperava muito. O QB era usado em algumas situações da formação wildcat, principalmente em jogadas de corrida, graças a sua impressionante velocidade, mas como passador as habilidades de Colin permaneciam desconhecidas. Uma partida espetacular depois, e um Smith ainda não totalmente recuperado, e Kaepernick será titular novamente contra os Saints, e muitos dizem para o resto da temporada, será essa a atitude correta?

Kaepernick contra os Bears, estreia melhor que essa impossível.

O técnico Jim Harbaugh, que em apenas seu segundo ano na Califórnia vem se consagrando como um dos melhores da NFL, tem uma grande escolha nas mãos, o veterano e consistente ou o jovem promissor. No momento a decisão óbvia é Kaepernick, ele treinou com o time principal durante a semana, enquanto que Smith gradualmente foi retornando para os treinos. A questão é depois da próxima partida, se os niners vencerem e Colin jogar bem, quem será o titular da equipe, lembrando que a meta da franquia é o Super Bowl, e nada menos.

Harbaugh com uma grande escolha em suas mãos.

Kaepernick tem mais habilidades atléticas que Smith, é mais rápido e tem um braço mais forte, além de ser jovem, e ter um potencial superior ao veterano de oito temporadas. Vale lembrar que na sua estréia, Kaepernick enfrentou uma das melhores defesas da liga, e teve um jogo excelente. A favor de Alex tem que ele já provou que pode ajudar o time a vencer, San Fran teve uma campanha de 13-3 ano passado, e na pós-temporada ele liderou o time a uma vitória fantástica sobre os Saints. Na temporada atual, a equipe com ele jogando a partida inteira está 6-2, e é o quarterback com maior porcentagem de acertos de passe e jardas por passe da NFL.

Mesmo com todo o sucesso recente Smith vê sua titularidade ameaçada.

A boa notícia para os niners é que com 7-2-1 até agora, eles tem uma grande chance de irem aos playoffs. E mesmo que o experimento com Kaepernick falhe, a equipe pode sempre voltar para Alex Smith. Colin provavelmente será testado jogo a jogo, na semana passada ele foi ótimo contra um time com um ataque quase nulo e uma defesa que é das melhores, contra os Saints ele enfrentará a pior defesa, mas do outro lado terá Drew Brees, e o ataque do 49ers, liderado por Kaepernick, precisará de muitos pontos para acompanhar o oponente.

E você, o que faria nessa situação? Compartilhe e deixe sua opinião!

Sobrevivendo sem um quarterback

A vida na NFL é sempre imprevisível, mas uma coisa é quase garantia, não da pra vencer sem um bom quarterback. Isso já era verdade no futebol americano de antigamente, aonde predominava o estilo de jogo com defesas fortes e ataques terrestres duros, mas hoje em dia é muito pior. Nessa rodada, alguns times estão tendo um gosto da dificuldade que se é jogar sem seu principal jogador. Eagles e Steelers jogaram sem seus titulares e perderem, o Chicago Bears enfrentará o 49ers no Monday Night sem o QB Jay Cutler, os niners deverão contar com seu titular, Alex Smith.

O futebol americano na época em que quarterbacks eram necessários, mas não vitais.

O Philadelphia Eagles jogou sem o QB Michael Vick, de fora com uma concussão. O ataque da equipe, liderado pelo calouro Nick Foles foi anêmico, conseguindo apenas 6 pontos. Uma lição para os torcedores das águias, que pediram Foles como titular constantemente pela inconsistência de Vick, aprenderam que o desconhecido nem sempre é melhor. O novato sofreu contra os Redskins, completando menos da metade dos passes (21 de 46) e com duas interceptações.

O calouro Nick Foles aprendeu da pior maneira que a vida não é fácil na NFL.

O Pittsburgh Steelers perdeu “Big” Ben Roethlisberger, bi-campeão do Super Bowl com a equipe e que estava em uma das melhores temporadas da carreira, no momento crucial da temporada. Os metaleiros sobreviveram ao jogo que o camisa 7 se lesionou contra o fraquíssimo Chiefs, mas no Sunday Night, a realidade foi dura contra o arqui-rival Baltimore Ravens. Em um duelo pela liderança da AFC Norte, a defesa de Pittsburgh fez um jogo excelente em casa, os corvos fizeram apenas 13 pontos, sendo que 7 foram em um retorno de punt, e 3 depois de um fumble do WR Wallace. Mas não foi o suficiente, o ataque dos Steelers liderado pelo experiente reserva Byron Leftwich teve alguns bons momentos, mas no geral foi fraquíssimo conseguindo apenas 10 pontos, e boa parte disso graças a inconsistência do quarterback, que errou alguns lançamentos fáceis.

Roethlisberger ao fundo, com lesões no ombro e nas costelas, teve que ver Leftwich comandar seu time.

Os Eagles já estavam praticamente fora da briga pelos playoffs, levaram o último prego no caixão e não sabem quando Vick volta. Em Pittsburgh a equipe ainda está em boa posição para brigar por uma vaga de wildcard, mas precisa da volta rápida de Big Ben. O técnico Mike Tomlin e seu time vão precisar sobreviver várias rodadas sem seu QB. A forte defesa pode salvar a equipe e arrancar algumas vitórias. Antes da lesão de Roethlisberger, os Steelers eram cotados como favoritos na AFC Norte pois a defesa de Baltimore vinha fraquejando com várias lesões, agora a equipe vai precisar se superar só para ir aos playoffs.

Mike Tomlin e os Steelers vão ter que se superar para seguir na briga pela pós-temporada.

No Monday Night parecia que teríamos um duelo de reservas, mas a notícia é que San Francisco deverá contar com o QB Smith, enquanto que os Bears devem ir com o reserva Jason Campbell. A equipe de Chicago está em posição para vencer a NFC Norte e até ter uma folga na pós-temporada, mas sem o titular Cutler, a vida pode ficar difícil, a boa notícia é que ele deve voltar na próxima rodada. Mas assim como Pittsburgh, a fortíssima defesa dos ursos, liderada pelo LB Brian Urlacher pode ajudar o time a superar o déficit.

Equipes sem quarterbacks titulares precisam mais ainda de suas defesas.

A dependência das franquias para com seus QB’s é enorme, e um dos grandes motivos que faz com que a NFL trate os jogadores da posição tão bem, com várias regras para evitar contusões nos atletas. Temos times como Chicago e Pittsburgh, favoritos para irem aos playoffs e brigarem por uma vaga na final, agora ameaçados a perderem suas vagas, e procurando se manter vivos com suas defesas. Cada vez mais fica clara a importância de ter um bom reserva na liga, são vários casos nos últimos anos de times que despencaram sem seus quarterbacks, agora é prestar atenção e ver quem consegue superar o gigante desfalque.

O sucesso de RG3

O Washington Redskins começou a temporada em modo de reconstrução, com uma defesa consistente e muitos jogadores jovens no ataque, incluindo Robert Griffin III, primeira escolha do time no Draft e segunda no geral. Alguns meses depois os Skins estão 3-3 na temporada e muito dentro da briga pelos playoffs, e é a defesa que vem desapontando especialmente por causa de lesões. O que vem impressionando no time é o rápido desenvolvimento de Griffin, que está se tornando um dos atletas mais perigosos de toda a NFL.

O Redskins pode ter acertado em cheio no último Draft.

RG3 como é popularmente conhecido lidera todos os QB’s com 70.2% de acertos nos passes, está em segundo em jardas por tentativas e terceiro no rating. Robert também é um dos melhores corredores mesmo jogando como quarterback, ele abusa de sua habilidade atlética para explorar as defesas e já tem 379 jardas no chão e 6 touchdowns. Mas o novato só está jogando nesse nível graças a equipe técnica de Washington, que está facilitando a passagem do jogador para o jogo profissional e usando suas habilidades para confundir as equipes adversárias.

Griffin comemora seu primeiro touchdown. Sucesso veio cedo para o jovem atleta.

Como mencionado anteriormente, o Redskins usa Griffin de várias formas, no jogo terrestre em especial. O coordenador ofensivo Kyle Shanahan se aproveita da velocidade e explosão do seu QB para usar jogadas de corrida com intenção de botar RG3 em posições para conseguir grandes ganhos com suas pernas, mesmo que seja criticado pois isso expõe um atleta tão importante a lesões. Mas graças a isso os tradicionais corredores do time também conseguem mais espaço pois as defesas ficam com receio de deixar o quarterback adversário livre.

O jogo terrestre funciona, mas é arriscado.

Para ajudar na evolução e adaptação de Robert na NFL, os Skins fazem um ótimo trabalho usando algumas de suas jogadas favoritas na época de faculdade, dando um certo conforto a ele, além de poder pegar defesas desprevenidas, já que tais jogadas geralmente não são usadas no nível profissional. Em especial as jogadas de “screen” que são passes rápidos desenhados para que os outros jogadores explosivos do time para terem espaço, conquistando boas quantidades de jardas e mantendo um ritmo no ataque, importante para um quarterback em desenvolvimento.

Griffin na universidade. Jogadas dessa época ajudam em sua adaptação.

Com todas as variações do ataque, o Redskins sempre deixa as defesas adversárias adivinhando, quando eles vão correr com os running backs, com Griffin, se vão pro passe rápido, entre outras jogadas. Isso abre o jogo de passe através do play-action (fingir que vai correr e ir pro passe) que congela a defesa, facilitando o trabalho de RG3, que além disso vem mostrado ser um QB passando a bola muito mais refinado do que o consideravam.

Shanahan e RG3, dupla vem funcionando.

Em uma era de ataques explosivos e times pedindo para os atletas fisicamente talentosos fazerem cada vez mais, o Redskins não só pode ter achado a arma perfeita, mas como estão desenvolvendo seu jovem talento muito bem. Também devemos considerar que RG3 tem apenas 6 jogos na carreira profissional, mas o seu futuro parece ser brilhante.

A era dos quarterbacks

Joe Montana, John Elway, Terry Bradshaw, Johnny Unitas, Fran Tarkenton, Troy Aikman. Todos esses são alguns dos quarterbacks lendários que já passaram pela NFL. Mas o que acontece nas últimas temporadas é talvez a maior inserção de talento na posição mais importante do jogo em uma única época. Pode-se questionar quantos dos QBs atuais chegam ao nível das lendas, pois se exige muito mais da posição hoje. O fato é que o football moderno é muito mais dependente dos passes, e essa é provavelmente a maior causa dessa injeção de jogadores de alto nível na posição.

Montana, lenda do 49ers.

Até algumas temporadas atrás, o número de quarterbacks de alto nível na NFL era baixo. Alguns times possuiam QBs excepcionais enquanto a maioria sofria nessa posição, os times então procuravam ter defesas e ataques terrestres fortes, e jogadores mais experientes que pudessem simplesmente gerenciar a partida como quarterbacks. Somente os times mais desesperados começavam seus QBs novatos de cara, no entanto, cada vez mais times estão tomando esse risco desde que Matt Ryan e Joe Flacco conseguiram, em suas temporadas iniciais em 2008, levar seus times aos playoffs. Desde então, a idade média do QB titular na liga caiu de 29,1 em 2008 para 27,8 em 2011, com cada vez mais times apostando em seus novatos.

Ryan e Flacco, vitórias desde o início.

No início da temporada 2012-2013, 5 quarterbacks novatos foram nomeados titulares de seus times, o maior número desde 1950. Se ampliarmos para QBs no primeiro ou segundo ano de experiência, o número sobe para 10. O que acontece na liga, até como consequência da revolução ofensiva que temos visto no últimos anos, é uma grande safra de talentos que estão entrando em campo diretamente. O comum na NFL era deixar o jogador amadurecer alguns anos, aprender e se adaptar ao jogo, já que a diferença entre o universitário e o profissional é muito grande. O exemplo mais recente disso é o de Aaron Rodgers em Green Bay, que passou 3 anos sendo reserva de Favre até ter sua chance em 2008.

Rodgers, espera deu resultado.

Mesmo que ter esses jovens no comando do ataque não signifique que o time vá ganhar muitos jogos, os QBs ganham experiência, e mostram seu potencial para os técnicos e torcedores. Um exemplo disso foi a temporada espetacular de Cam Newton em 2011, que estatisticamente foi a melhor temporada de um novato na história, mas foram só 6 vitórias, afinal, é um esporte de equipe. Outro aspecto positivo é que muitos técnicos, ao invés de fazer os novatos aprenderem seu sistema, muitas vezes adaptam seu estilo para um que aproveite melhor o talento de seu quarterback. Assim, o time pode obter melhores resultados, enquanto seus jogadores ganham confiança e o atleta vai se familiarizando aos poucos com os esquemas mais complexos.

Sucesso para os novatos de 2012?

Falando do talento geral na liga, eu dividi os quarterbacks em alguns grupos:

Elite: São os já comprovadamente vitoriosos, os quais seus times podem depender deles, e que muito provavelmente vão pro Hall da Fama. Drew Brees, Tom Brady, Peyton Manning, Eli Manning, Aaron Rodgers, e Ben Roethlisberger.

Quase lá: Quarterbacks veteranos, muito talentosos, mas que ainda sofrem algumas inconsistências, estão a algumas temporadas acima do nível, e quem sabe um Super Bowl de serem elite. Philip Rivers, Jay Cutler, Michael Vick, Matt Schaub, Matt Ryan, Joe Flacco, Matthew Stafford, Alex Smith e Tony Romo.

Os Jovens: QBs que estão na liga a pouco tempo, mas já mostraram flashes de talento, tem muito tempo pela frente, e quem sabe possam ser a elite do futuro. Cam Newton, Andy Dalton, Sam Bradford, Josh Freeman, Christian Ponder, Jake Locker, Blaine Gabbert, Robert Griffin, Andrew Luck, Russell Wilson, Ryan Tannehill, Brandon Weeden.

Os Outros: Os que já estão na liga a algum tempo, tiveram seus momentos, mas não inspiram muita confiança no torcedor hoje em dia, tem muito a provar. Carson Palmer, Matt Cassel, Ryan Fitzpatrick, Kevin Kolb e Mark Sanchez.

Começar o QB logo ou deixá-lo amadurecer? Adaptar seu sistema ao atleta ou fazer com que ele aprenda o seu em campo? Qual tática você acha mais eficiente para um jogador jovem? Quais dos quarterbacks novos vão ter mais sucesso no futuro? Concorda com minha divisão dos QBs? Discuta, comente, dê sua opinião!