Destaques do Brasileirão: Atacantes

Homens de definição, os atacantes têm por ofício serem aqueles que possuem o maior grau de finalização em um time. Independentemente se for de área ou de movimentação, poder de fogo se faz necessário e, tal como diz um certo ditado, “atacante vive de gols”. Na edição de 2012 do torneio nacional, alguns nomes se destacaram tanto pela quantidade quanto pela qualidade ao fazê-los e pelas médias em relação ao número de partidas jogadas. Eis os eleitos pelo Blog Futeball na posição:

 

 

– Fred (Fluminense)

Matador indiscutível, Fred foi a principal arma ofensiva do tetracampeão. Perfeitamente encaixado no esquema “paciente” e pragmático do Fluminense, a bola sempre lhe sobra e, contando com o pé calibrado do artilheiro do campeonato, constantemente esteve no fundo das redes adversárias. Bola de Ouro e prêmio de craque do campeonato para ele.

 

Fred

 

– Neymar (Santos)

O menino da Vila dispensa maiores apresentações. Melhor jogador em atuação no Brasil nos últimos anos, Neymar é um craque, embora ainda em construção e evolução, e segue com muito gás para se firmar definitivamente como grande nome no futebol. Na Série A de 2012, por conta das convocações para a Seleção Brasileira, atuou em apenas 17 jogos com a camisa santista, e ainda assim marcou 14 gols, anotando 7 assistencias. Conquistou, desta forma, Bola de Prata e escalação no prêmio Craque do Brasileirão pela terceira vez consecutiva.

 

Neymar

 

– Luís Fabiano (São Paulo)

O “Fabuloso” retornou ao clube que realmente o projetou ao futebol com pompa de artilheiro e a experiência de uma Copa do Mundo nas costas. Temperamento forte e qualidade acima da média, Luís Fabiano é um centroavante experiente, embora ainda seja prejudicado por descomposturas desnecessárias dentro de campo. Apesar disso, fez muito bom campeonato pelo São Paulo e figurou como vice-artilheiro, levando sua equipe ao 4º lugar e, consequentemente, à pré-Libertadores de 2013.

 

Luís Fabiano

 

– Hernán Barcos (Palmeiras)

El Pirata não é um jogador que costuma se firmar em um time por muito tempo, tanto é que, aos 28 anos, já rodou por diversas equipes do mundo. Foi um dos pouquíssimos destaques da pífia campanha palmeirense no Brasileirão, sendo por vezes poupado das merecidas críticas ao time. Raçudo,  alto e trombador, não chega a ser caneludo, possuindo certa habilidade com a bola nos pés. Apesar do rebaixamento palestrino, marcou 14 gols e era um dos poucos a demonstrar raça e determinação ao entrar em campo.

 

Hernán Barcos

“Nostalgia exagerada?” e uma breve comparação entre passado e presente.

Quem convive diariamente com o futebol sabe que as discussões podem ser acaloradas. Pode-se perceber algo crescente entre as rodas de conversa: o sentimento de saudosismo que muitos têm de tempos considerados ‘áureos’ do esporte. Até que ponto isso pode ser considerado inofensivo?

– Viu o Juninho Pernambucano ontem? Jogou muito.
– Ah, ele é bonzinho, meu filho, mas eu preferia o Didi.

Há quem defenda com unhas e dentes, que o passado do futebol é insuperável, que a clássica época do ‘preto-e-branco’ perdurará como a única válida da história, chegando ao ponto de, por vezes, fazer vista grossa para as qualidades da atualidade. Pelé, Garrincha, Ademir de Menezes, Didi… para os nostálgicos xiitas, estes craques do passado são inigualáveis,  jamais sendo alcançados pelos grandes nomes recentes. Isso cega, mancha e afeta debates que poderiam ser interessantíssimos.

O romantismo da era ‘preto-e-branca’ do futebol

Por outro lado, os defensores do futebol moderno acusam o período romântico de ter marcadores/zagueiros de baixa qualidade técnica, o que supostamente facilitaria a vida dos craques. Oras, há perfeitamente a utilização de um argumento forte: Bellini, Nilton Santos, Djalma Santos, Franz Beckembauer, Bobby Moore, Giacinto Facchetti e Jack Charlton são alguns exemplos de grandes defensores os quais Pelé e companhia tiveram que enfrentar no Brasil e no mundo afora durante suas carreiras.

Chip implantado no interior de uma bola: vento dos tempos modernos

Os tempos modernos chegaram de mãos dadas com a tecnologia avançada, o que possibilitou melhorias extremamente consideráveis na área dos materiais esportivos, o que não seria diferente com o futebol. Chuteiras e bolas ultraleves, gramados sintéticos, uniformes diferenciados, tudo isto se uniu ao talento nato e hoje podemos ver um Messi, um Cristiano Ronaldo ou um Neymar desfilarem em campo uma categoria fora de série, digna do valor pago pelo ingresso. Em compensação, a aura daqueles que suaram e enfrentaram as adversidades e a falta de recursos no passado é sempre considerada por seus contemporâneos. Se haverá um consenso ou não, se o tempo cuidará de mostrar que essa situação é cíclica, questões de espera. Cabe ter paciência.

A constante busca por prodígios

O Brasil é um celeiro de craques e isso é notório. Não à toa o país é reconhecido no exterior como berço de grandes talentos. A produção é tão grande que o excedente, mesmo com nem tão grande qualidade, costuma dar certo no futebol. E o hábito dos últimos tempos é levar jovens promissores para fora o mais cedo possível.

Por vezes a garotada cai na lábia de espertos empresários

Essas transações ocasionalmente dão – muito – certo e, embora o maior expoente da atualidade tenha despontado muito jovem e não ter saído ainda do Santos para um clube europeu, isto deve ser questão de tempo. Maior artilheiro das Copas do Mundo e principal nome da Seleção Brasileira durante vários anos, Ronaldo saiu do Cruzeiro para fazer sucesso no PSV Eindhoven da Holanda aos 18.

Ronaldo nos tempos de Cruzeiro. Ainda teria muita história pela frente.

São inúmeros os casos de meninos no alto dos seus 13, 14, 15 anos comprados por preços absurdos. Diz-se que são investimentos para o futuro. E o são, realmente. A visão de mercado que os grandes clubes do mundo têm do futebol está absurdamente além da nossa, o que faz o esporte capengar em muitos aspectos, inclusive técnicos e táticos, no Brasil.

Hoje com 19, o jovem Lyneeker Paes já treinava no Jubilo Iwata do Japão aos 14 anos.

Neymar já passou de jovem promessa para firme realidade, mas necessita ainda de uma carga maior de experiência e sem dúvidas ir para o Velho Continente lhe faria um bem enorme. Tal como aconteceu com o Fenômeno…

Neymar, astro e maior nome do futebol brasileiro na atualidade.

…ou não. Há quem diga que o programa de fortalecimento muscular aplicado ao ex-camisa 9 durante seus primeiros anos fora do país pode ter sido abusivo e colaborado para as sérias lesões que o craque teve na carreira. Não dá para se ter certeza, mas parece algo bem plausível. Ronaldo, ao contrário de hoje, era bem magro com 18 anos. O atacante santista tem o porte físico de um grilo.

Rodrigo Possebon, um dos casos que não deram certo no exterior.

O que se sabe é que, de uma forma ou de outra, ir para o exterior é benéfico tanto financeira quanto fisicamente. Claro, utilizando-se o bom-senso, embora isso seja um pouco difícil de se pedir a quem foi pouco educado a cuidar do material de trabalho. Grande parte dos jogadores brasileiros não tem longevidade em alto nível por não se preservar,  abusando do corpo e do muito dinheiro que vislumbra de maneira arrebatadora, o que empobrece o esporte em geral.