A partida entre Tottenham e Lazio, pela Liga Europa, terminou empatada em 1 a 1, na cidade de Roma, nesta quinta-feira. Mas o duelo entre as duas equipes ficou em segundo plano em virtude do brutal ataque realizado por um grupo de aproximadamente 90 torcedores da Lazio para com torcedores do Tottenham que bebiam em um bar algumas horas antes da partida começar. No ataque foram usadas barras de madeira e facas. Um dos torcedores do Tottenham foi esfaqueado no pescoço e segue em estado gravíssimo em um hospital de Roma.
O ataque teve conotação fascista, em virtude da origem judaica da grande maioria dos torcedores do Tottenham, por conta da imigração de descendentes judeus no início do século para a Inglaterra. Tal movimento migratório intensificou-se após o final da segunda guerra mundial. Além disso, o ódio existente entre os ultras – ala radical da torcida italiana, com ascendência da extrema direita e do nacional-socialismo – e os torcedores ingleses vem desde o ano de 1985, quando da ocorrência da “tragédia de Heysel”, na partida entre Juventus e Liverpool, onde 38 pessoas morreram em confrontos entre ultras e hooligans antes do jogo.
O presidente do Tottenham, Daniel Levy, informou que pediu um esquema especial de segurança para a polícia italiana, que não foi atendido. Os torcedores atacados tinham entre 20 e 60 anos e estavam completamente desarmados. O bar onde tudo aconteceu foi completamente destruído. O presidente da Lazio Claudio Lotito, por sua vez, procurou desvincular a imagem do time com os torcedores, que possuem local especial no estádio Olímpico de Roma em todos os jogos.
A UEFA, entidade que rege o futebol europeu, prometeu investigar o caso e banir os torcedores dos estádios do continente. Além disso, já há a possibilidade do evento se transformar em um incidente diplomático entre Inglaterra e Itália.