Grosso, sem técnica, maldoso, caceteiro. Estes e muitos outros adjetivos acompanharam boa parte da carreira do zagueiro argentino Coloccini. O jogador, que começou a carreira como profissional no Boca Juniors, em 1998, tem passagem pela Seleção Argentina (sendo convocado até hoje), além de Milan, Villareal, Atlético de Madrid, entre outros. Desde 2008, Coloccini joga no Newcastle, da Inglaterra. E como os ares da terra da Rainha fizeram bem ao jogador.
Coloccini evoluiu de uma forma incontestável. Seguro, fazendo poucas e faltas, bom no jogo aéreo e cada vez mais regular, vem de três temporadas espetaculares, sendo apontado por sites ingleses como o melhor zagueiro da competição ao lado de Kompany, do Manchester City, e deixando para trás gente graúda como Vidic, Ferdinand e Terry. Quem tem a oportunidade de acompanhar o futebol inglês tem consciência de que a Premier League consegue recuperar jogadores. Mas o caso do zagueiro é diferente. Ele se reinventou.
Atualmente com trinta anos, Coloccini adaptou-se rapidamente a Premier League, que premia o jogo corrido e poucas faltas. Ele não virou outro jogador, apenas evoluiu de acordo com a competição que disputa. Ídolo da torcida do Newcastle, o argentino cabeludo, depois de exatos dez anos de carreira, enfim se encontrou. Firme, sem espaço para firulas, não tem nenhuma vergonha em chutar para onde o nariz estiver virado. Na terra onde as pessoas são mais contidas e extravasam suas emoções nos estádios sempre lotados, Fabricio Coloccini encontrou seu habitat ideal.